Planejador Financeiro

Reserva de Emergência: Por que ter a sua?

Por Mont Capital 23/02/2021

Reserva de Emergência

A formação de uma reserva de emergência é, na maioria das vezes, o primeiro passo a ser dado quando se inicia qualquer planejamento financeiro. Sua importância é essencial para garantir a proteção do patrimônio, a estabilidade do padrão de vida e a conquista de objetivos de longo prazo.

Entretanto, muitas pessoas negligenciam a relevância desse mecanismo de proteção para o seu próprio patrimônio, vivendo com uma reserva insuficiente, ou, até mesmo, sem nenhuma reserva. Como veremos a seguir, esta prática coloca em risco o patrimônio e a estabilidade financeira do indivíduo, e pode levar a consequências bastante indesejáveis.

Confira também, na segunda parte deste texto, como montar a sua reserva de emergência e quais profissionais podem ajudá-lo nesta tarefa. Continue a leitura para aprender mais sobre esse importante tema!

Por que a reserva de emergência é tão importante?

Considerada, muitas vezes, o primeiro passo a ser dado ao se iniciar o planejamento financeiro pessoal, a reserva de emergência é de grande importância para as pessoas e famílias pois ela tem a capacidade de garantir a manutenção do padrão de vida durante períodos financeiramente difíceis, bem como evitar o endividamento ou uma perda maior de patrimônio.

A reserva de emergência nada mais é do que uma quantidade de dinheiro que as pessoas guardam, em uma aplicação financeira segura e prontamente acessível, para que possam utilizar caso aconteça algum imprevisto.

Dessa maneira, caso precisem de dinheiro com urgência, para pagar despesas excepcionais ou então fazer frente às despesas mensais caso a sua renda cesse, não precisarão recorrer a empréstimos, cujos juros muitas vezes podem ser excessivamente elevados, bem como também não precisarão vender outros bens, como veículos e imóveis, correndo o risco de liquidez e diminuindo o seu patrimônio.

Vejamos dois exemplos práticos de como a reserva de emergência pode fazer a diferença na vida das pessoas:

No primeiro, imagine que Bianca more em uma cidade sujeita a tempestades e ventos muito fortes. Ela não possui nenhuma reserva de emergência, e a casa onde ela vive não possui nenhum tipo de seguro. Em um determinado dia, uma grande tempestade atinge a cidade, com ventos tão fortes que danificam o telhado da casa dela.

Passada a chuva, Bianca pede a um engenheiro que avalie os danos e prepare um orçamento para o conserto do telhado, tomando um susto quando vê o valor: R$ 12.000,00

Ela recebe apenas R$ 4.000,00 de salário por mês, e como não possui nenhuma reserva de emergência, se vê obrigada vender o seu carro, conquistado com muito esforço.

Além disso, como ela precisa realizar a reforma o mais rápido possível, para evitar danos maiores a sua casa caso uma nova tempestade aconteça, ela precisará vender o seu carro rapidamente, por um preço muito abaixo do que ele realmente vale, tendo um prejuízo que ela não teria caso pudesse vende-lo com calma.

No final, o conserto foi concluído, porém Bianca ficou sem o seu carro e recebeu por ele muito menos do que deveria, pois precisou vende-lo com urgência.

Caso ela tivesse uma reserva de emergência, poderia custear as despesas do reparo do telhado sem precisar vender o seu carro com urgência, ou seja, sem se desfazer o seu patrimônio a um preço menor do que ele realmente vale.

No segundo exemplo, imagine que Mateus viva com sua esposa e dois filhos em um sobrado. Ele também não possui reserva de emergência, mas trabalha como analista em uma grande empresa. Todos os meses ele gasta a totalidade do seu salário nas despesas da família, como aluguel, alimentação e plano de saúde e educação dos filhos. Certo dia, a empresa inicia um corte de custos radical, dispensando diversos funcionários, entre eles, Mateus.

Embora Mateus seja um profissional bastante qualificado e experiente, o mercado de trabalho no seu setor está passando por um momento delicado, e ele demorou 6 meses até conseguir uma nova colocação.

Mesmo cortando muito os gastos de toda a família, cancelando o plano de saúde e os cursos que seus filhos faziam, renegociando o aluguel com o dono do imóvel onde mora e diminuindo despesas com alimentação, o salário que sua esposa recebia continuou sendo insuficiente para bancar as despesas da família.

Como Mateus não possuía nenhuma reserva de emergência, e não possuía nenhum imóvel, veículo ou outro bem que pudesse vender com urgência para levantar dinheiro e fazer frente às despesas mensais da família, ele se viu obrigado a fazer um empréstimo no banco para custear estas despesas.

Ao final dos 6 meses, quando ele conseguiu uma vaga em uma nova empresa, ele acumulou uma dívida grande com o banco. A família precisou continuar cortando radicalmente as suas despesas por mais 2 anos até que ele conseguisse quitar o empréstimo com a instituição financeira.

Se Mateus possuísse uma reserva de emergência, ele e sua família não precisariam ter feito cortes tão intensos nas despesas para manter o seu padrão de vida durante o período em que Mateus buscava recolocação no mercado de trabalho. Além disso, eles também não precisariam ter contraído o empréstimo com o banco, que estendeu o corte de despesas da família por dois anos além do necessário.

Ademais, como o banco cobrou juros sobre o dinheiro emprestado, a Mateus desembolsou mais dinheiro para pagar o empréstimo do que teria desembolsado se tivesse construído uma reserva por conta própria.

Enfim, as duas situações apresentadas, embora simples e generalistas, exemplificam bem como a reserva de emergência pode fazer a diferença e reduzir significativamente os danos ao seu patrimônio decorrentes de eventos adversos.

Como montar uma reserva de emergência?

Idealmente, a reserva de emergência deve ser capaz de cobrir todas as despesas da família por um período de, no mínimo, 6 meses. Para pessoas mais conservadoras, ou que se estão sujeitas a riscos maiores caso sua renda cesse, como por exemplo, pessoas que precisam custar tratamentos médicos contínuos para doenças crônicas, pode ser interessante construir uma reserva maior, capaz de fazer frente às despesas da família por um período mais longo, como 9 ou 12 meses.

A reserva de emergência deve ser aplicada em investimentos conservadores, seguros e com elevada liquidez. Em outras palavras, esta reserva não pode estar sujeita a flutuações de preço e rentabilidade. Ela também deve ser fácil e rapidamente acessível, estando a todo momento disponível caso o investidor precise dela. Por fim, ela também deve possuir liquidez, ou seja, não pode estar em nenhum ativo que possa gerar custos ou perdas significativos caso tenha que ser vendido rapidamente, como ocorreu no exemplo de Bianca.

Para calcular o valor ideal da reserva, basta multiplicar o montante total de despesas que você ou sua família possuem todos os meses, pelo número de meses que você deseja que sua reserva seja capaz de cobrir (no mínimo 6 meses).

No caso de Mateus, por exemplo, se as despesas mensais de toda a sua família são de aproximadamente R$ 5.000,00 por mês, então a sua reserva de emergência deve possuir no mínimo R$ 30.000,00 como mostra a conta a seguir:

5.000 x 6 = 30.000

Além disso, é importante lembrar uma regra de ouro, muito importante: Sempre que você precisar utilizar dinheiro da sua reserva de emergência, reponha o valor assim que possível. Mantenha a sua reserva sempre abastecida para evitar que ela não consiga atendê-lo no momento em que mais precisa dela.

Precisa de ajuda para montar a sua reserva?

Por mais que a reserva de emergência seja muito importante, como explicamos ao longo de texto, muitas pessoas deixam de montar a sua porque não conseguem poupar dinheiro todos os meses, ou então, se confundem na hora de acompanhar as suas receitas e despesas, e elaborar um orçamento doméstico organizado.

Para isso, existe um profissional especializado em ajudar pessoas com estas dificuldades. Trata-se do planejador financeiro, um profissional cujo principal objetivo é apoiar os seus clientes na organização das suas finanças, no planejamento de metas e na conquista de seus objetivos financeiros.

O planejador financeiro, além de ajudar os seus clientes a organizar o seu orçamento mensal, poupar dinheiro e construir a sua reserva de emergência, também é um profissional qualificado para prestar auxílio em diversas outras áreas, tais como investimentos, crédito, seguros, aposentadoria, endividamento, tributação, sucessão, entre várias outras.

Antes restrito apenas a clientes de private bank, ou de Family offices, hoje existem diversos planejadores independentes, que atendem a clientes com patrimônios de todos os tamanhos, incluindo pessoas sem nenhum patrimônio e que estão endividadas.

Onde fazer ?

Outro profissional que pode ajudá-lo na administração da sua reserva de emergência, bem como de seus demais investimentos, é o gestor de recursos. Este profissional, qualificado e autorizado pelas autoridades reguladoras, pode montar uma carteira de investimentos sob medida para o cliente, feita exclusivamente para respeitar o seu perfil de investidor, necessidades e objetivos. Além disso, o gestor não somente desenha a carteira, mas também é responsável por toda a sua operacionalização junto às corretoras, por meio de uma carteira administrada (ou de um fundo exclusivo, para investidores com patrimônio elevado), o que garante muito mais praticidade para o cliente.

Da mesma maneira que ocorria com o planejador financeiro, os serviços de gestão de recursos são tradicionalmente mais restritos a clientes de maior patrimônio, que estão vinculados a algum Family office ou ao segmento private bank de alguma grande instituição bancária. Entretanto, hoje é já possível montar a sua carteira administrada sem a necessidade de possuir patrimônio elevado.

Finalmente, seja por conta própria ou por meio do auxílio de um planejador financeiro ou gestor de recursos, é de grande importância que você possua uma reserva de emergência e a mantenha sempre abastecida, e aplicada em investimentos seguros, e de fácil acesso.

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