Planejador Financeiro

Muito além dos números: Veja como um planejador financeiro pode te ajudar na tomada de decisões

Por Mont Capital 03/02/2021

Uma das primeiras coisas que vêm à mente quando pensamos em finanças são números e contas matemáticas. Assim, quando pensamos em profissionais do mercado financeiro, não raro, imaginamos matemáticos, estatísticos, engenheiros e economistas, todos rodeados de telas cheias de gráficos e números.

Entretanto, a tomada de decisões financeiras não está relacionada somente a números e análises quantitativas. Uma parte do processo, tão importante quanto às demais, tem a ver com o comportamento do investidor, até porque, de nada adiantam números e sofisticadas análises estatísticas se o investidor decidir ignorá-los ao agir por impulso.

O impacto dos vieses psicológicos e emocionais é estudado por um campo que tem adquirido cada vez mais importância, denominado de “Finanças Comportamentais”. Para entender um pouco mais sobre essa relevante área de estudo, bem como sobre os benefícios de contar com um planejador financeiro para protegê-lo de vieses comportamentais prejudiciais na hora de investir, continue a leitura.

O que são as “Finanças Comportamentais”?

Este nome se refere a um campo de estudos que procura entender os processos e impactos ocasionados pelos vieses comportamentais, psicológicos e emocionais dos investidores em suas decisões financeiras, bem como a maneira que isso se reflete no mercado como um todo.

É um campo multidisciplinar, que une principalmente pesquisadores das áreas de psicologia e economia, e cujos primeiros estudos foram iniciados apenas recentemente (nas últimas décadas), embora os problemas que ele procure entender e resolver sejam muito mais antigos.

Boa parte dos modelos econômicos tradicionais, muitos dos quais continuam a ser plenamente utilizados até os dias de hoje, são baseados na hipótese de que os seres humanos sempre agirão de maneira racional, comparando o custo x benefícios de todas as suas alternativas quando forem tomar as suas decisões, e obrigatoriamente, escolherão aquela que maximiza o seu resultado.

Entretanto, as pessoas nem sempre agem de maneira racional. É fácil constatar isso em diversos aspectos de nossa vida cotidiana, e com as finanças, não é diferente. Por outro lado, ao agir de maneira pouco racional, os resultados que as ações destas pessoas geram podem ser significativamente diferentes, às vezes até mesmo opostos, ao que preveem os modelos econômicos tradicionais. Veja como isso acontece na prática.

Irracionalidade na hora de investir

Devido a uma série de mecanismos e vieses comportamentais, que são inerentes aos seres humanos, é comum que as pessoas tomem decisões de investimentos que não maximizam os seus resultados. Em alguns casos, ocorre justamente o oposto, quando a pessoa toma uma decisão cujo benefício esperado é muito pequeno, e o prejuízo, muito grande. Dessa maneira, a pessoa está efetivamente agindo contra os seus próprios interesses, prejudicando a si própria e às suas finanças.

Mas por que alguém faria isso?

É aí que entram os diversos vieses comportamentais que mencionamos antes. Um dos mais notórios chama-se “efeito manada”. Seu nome deriva de um fenômeno comum na natureza, no qual diversos animais da mesma espécie começam a correr em determinada direção simplesmente porque observaram os demais correndo. Quando alguns poucos animais começam a correr, os demais são “contaminados” e começam a correr também para acompanhar o bando.

No meio financeiro, o “efeito manada” se refere a este “contágio” quando ele começa a atingir muitos investidores. Devido a alguma informação nova, acontecimento ou outro fator, alguns investidores podem aplicar o seu dinheiro em determinados ativos, porém na medida em que a notícia sobre a aplicação dos primeiros investidores se espalha, mais investidores podem se sentir tentados a realizar a mesma aplicação financeira, sem realizar a devida análise de risco e retorno, nem refletir se a aplicação de fato está adequada aos seus objetivos, necessidades e perfil de risco.

A influência de amigos e familiares, bem como a rapidez com a qual as redes sociais espalham as notícias servem apenas como potencializadores deste comportamento. Caso o investidor não esteja atento, ele pode ser impactado pelo “efeito manada”, e realizar um investimento que não faça o menor sentido para os seus objetivos, e/ou apresente riscos excessivos.
O “efeito manada” é especialmente relevante pois ele pode provocar surtos infundados de euforia e medo nos mercados, os quais resultam em bolhas e crises econômicas respectivamente.

Outro viés comportamental estudado pelo campo das finanças comportamentais é a seletividade dos investidores com relação às informações que ele recebe. Muitas vezes, o investidor possui um palpite, ou crença, com relação ao comportamento do mercado ou de determinado ativo financeiro. Caso ele se apegue muito fortemente a este palpite ou crença, ele pode acabar sendo levado a ignorar informações que sejam contrárias ao que ele acredita.

Entretanto, uma decisão financeira bem fundamentada deve levar em consideração não apenas os pontos favoráveis de cada investimento, mas também os seus riscos e desvantagens. Ao ser tomado pelo viés da seletividade, o investidor pode, deliberadamente ou não, deixar de considerar informações importantes para a sua tomada de decisão. Isso pode levá-lo a investir em ativos excessivamente arriscados para o seu perfil, sem considerar as possibilidades de perda, ou, na situação inversa, abrir mão de bons investimentos por levar em consideração apenas os seus aspectos negativos.

Assim como o “efeito manda” e o “viés da seletividade”, há diversos outros vieses comportamentais que podem prejudicar o investidor e dificultar uma tomada de decisão racional e bem fundamentada.

Entretanto, há caminhos para se atenuar estes efeitos deletérios, e um deles pode ser justamente contar com a ajuda de um profissional para avaliar as suas decisões de investimento, orientá-lo a respeito do mercado e participar do seu processo de tomada de decisões.

Conte com a ajuda de um planejador financeiro para conter os seus vieses

O planejador financeiro é um profissional cuja principal finalidade é auxiliar os seus clientes a organizar a sua vida financeira e planejar as suas despesas, investimentos e metas, de modo que eles consigam aumentar o seu bem estar e atingir os seus objetivos financeiros de curto e longo prazo.

Antigamente, os serviços de planejamento financeiro estavam disponíveis apenas para clientes de Family offices, ou então, que pertenciam ao segmento private bank dos grandes bancos. Porém hoje já existem diversos planejadores independentes, os quais atendem a clientes com todos os tamanhos de patrimônio, inclusive aqueles que estão endividados ou ainda são iniciantes no mercado financeiro.

Trata-se de um profissional qualificado e certificado, com expertise em diversas áreas, tais como endividamento, orçamento doméstico, crédito, seguros, tributação, sucessão, investimentos, aposentadoria, entre outras.

O planejador financeiro é treinado para reconhecer os vieses comportamentais de seus clientes e ajudar a neutralizá-los. Além disso, o planejador também pode auxiliar o seu cliente por meio da elaboração de um processo rígido de análise de investimentos, que procure compreender, de maneira abrangente, por meio de fatos e dados, se determinado ativo financeiro de fato é adequado para o investidor, e se apresenta uma relação risco x retorno razoável.

Portanto, o planejador financeiro acaba servindo como uma linha de defesa do investidor contra os seus vieses comportamentais, uma vez que representa uma segunda opinião sobre as aplicações, e possui treinamento para identificar estes vieses, podendo alertar o investidor quando verifica-los em ação, e conduzi-lo de volta ao processo de análise previamente estabelecido.

Ademais, o planejador financeiro também pode trabalhar em conjunto com outros profissionais do mercado, como gestores de recursos por exemplo, no apoio à montagem de uma carteira administrada (ou fundo exclusivo), com vistas a oferecer um serviço ainda mais completo e eficaz para o seu cliente. Veja a seguir como outros profissionais do mercado podem trabalhar em conjunto com o planejador para combater os vieses comportamentais do investidor!

Outros profissionais do mercado financeiro que podem ajudar

O mercado financeiro possui uma grande diversidade de profissionais, cada qual especializado em determinada atividade. Por exemplo, os analistas de valores mobiliários, também conhecidos como analistas de investimento, são profissionais que produzem relatórios sobre ativos específicos, como ações, títulos de crédito privado ou fundos de investimentos.

Estes relatórios avaliam detalhadamente as características do ativo em questão, e podem, inclusive, conter recomendações de compra ou venda do ativo. Um planejador financeiro pode ajudar justamente na interpretação destes relatórios, elucidando termos técnicos para o investidor e verificando a adequação do ativo com relação aos objetivos e metas do cliente. Vale lembrar, porém, que o planejador não possui autorização para indicar investimentos para os seus clientes, a não ser que seja um consultor de valores mobiliários habilitado pela CVM.

Além disso, a utilização de relatórios técnicos produzidos por profissionais devidamente habilitados para esta atividade, associada ao processo de tomada de decisão de investimentos e acompanhamento do planejador, ajudam o investidor a tomar uma decisão mais bem fundamentada e rica em informações, o que ajuda a diminuir os impactos dos vieses comportamentais descritos anteriormente.

Outro exemplo decorre do trabalho conjunto entre o planejador financeiro em um gestor de recursos. Este último pode, com o apoio das informações fornecidas pelo planejador, desenhar um portfólio de investimentos sob medida para as necessidades, perfil e objetivos do investidor, e operacionalizar os investimentos por meio de uma carteira administrada (ou então, para investidores com elevado patrimônio, por meio de um fundo exclusivo).

Assim como o planejador, o gestor de recursos também é um profissional devidamente qualificado e certificado, além de ser autorizado pela CVM a executar as aplicações pelo investidor. E novamente, o auxílio de mais um profissional qualificado e experiente para estruturar a carteira do cliente contribui ainda mais para reduzir os impactos dos vieses comportamentais nos investimentos.

Enfim, é importante estar sempre atento aos vieses comportamentais que podem afetar a qualidade das suas decisões de investimentos, e para isso, disciplina, informação de qualidade e um bom processo de análise de investimentos são de grande valia. Se estiver com dificuldades em manter estes vieses sob controle ao investir, não deixe de procurar um planejador financeiro ou outro profissional de sua confiança!

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Nossa equipe tem vasta experiência e conhecimento em análise e seleção de ativos, sendo a tomada de decisão embasada na análise fundamentalista ancorada por modelos proprietários. Todos os processos são minuciosamente monitorados por uma rigorosa política de gerenciamento de risco controlada por sócios, analistas e economistas, buscando sempre o melhor resultado para você!

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