Investimentos

O que é a Marcação a Mercado, e como ela impacta os seus investimentos

Por Mont Capital 19/01/2021

Ao investir o seu dinheiro, é importante não somente conhecer o seu perfil de investidor e planejar adequadamente as suas aplicações, mas também, acompanhar o desempenho delas para verificar se estão gerando o resultado desejado, e continuam alinhadas à sua estratégia.

Entre outros fatores, uma informação importante de se verificar é o valor atual das aplicações, ou seja, quanto elas estão valendo hoje. Dessa maneira, é possível apurar o retorno do investimento, a partir do qual pode-se analisar se faz sentido manter o investimento, dado o seu risco e perspectivas futuras, ou se é melhor liquidá-lo.

Duas metodologias diferentes para apurar o valor atual de algumas aplicações financeiras são a “Marcação a Mercado” – MaM – e a “Marcação na Curva”. Conheça mais a respeito delas a seguir!

Como funciona a Marcação a Mercado?

A Marcação a Mercado, também conhecida pela sigla MaM, é uma metodologia de mensuração dos preços de ativos por meio do valor pelo qual eles estão sendo efetivamente negociados no mercado na data de apuração.

Ações, por exemplo, são sempre marcadas a mercado, pois, para uma determinada ação, os diversos negócios que ocorrem ao longo do pregão da bolsa demonstram o preço pelo qual os diversos agentes do mercado estão dispostos a comprar e vender aquele ativo. Dessa maneira, por meio do último preço de negociação, é possível estimar por quanto você poderia vender a ação caso você a possua na carteira, e, por extensão, qual seria o retorno do seu investimento.

De posse dessa informação, é possível analisar se o retorno é atraente, justificando uma venda do ativo, ou se pode ser mais interessante mantê-lo na carteira, considerando as expectativas futuras para o valor daquela ação.

Além disso, caso você precise de liquidez, ou seja, necessite vender o ativo imediatamente para obter caixa, o valor obtido por meio da marcação a mercado oferece uma informação mais próxima a respeito do valor que você poderia receber pela venda do ativo.

Títulos da dívida pública brasileira, como aqueles negociados por meio do Tesouro Direto, também podem ser marcados a mercado, visto que são negociados todos os dias úteis por um grande número de pessoas e instituições, e os preços de referência são amplamente divulgados, estando disponíveis, inclusive, no site do próprio Tesouro Direto.

Veja um breve exemplo para demonstrar a marcação a mercado:

Imagine que você investiu R$1.000,00 em um CDB com rentabilidade de 10% ao ano. Depois de um ano, você consulta o site da sua corretora e descobre que o título está sendo negociado a R$ 1.150,00.

Nesse caso, mesmo que a taxa contratada tenha sido de 10% ao ano, a rentabilidade de fato do investimento seria de 15% caso você decidisse vendê-lo naquele momento.

Isso acontece pois o valor de grande parte dos ativos não oscila em função da taxa contratada no momento da aplicação, mas sim, em função das taxas vigentes no mercado no momento da apuração, as quais podem diferir significativamente em relação às taxas contratadas.

O que é Marcação na Curva, e como funciona esta metodologia?

A chamada Marcação na Curva é uma outra metodologia para avaliar o valor atual dos ativos. Diferente da Marcação a Mercado, ela não leva em consideração o preço pelo qual os ativos estão sendo negociados no mercado, mas sim, a projeção do valor do ativo com base na taxa combinada no momento da compra.

Dessa maneira, o valor do ativo não se altera em função de oscilações no preço de mercado.

Normalmente, essa metodologia é mais adequada para avaliar ativos que serão mantidos até o vencimento, ou seja, não serão resgatados antecipadamente, pelo valor de mercado. Nesse caso, o emissor do título se compromete a pagar a taxa acordada inicialmente (a não ser que ocorra uma eventual inadimplência, caso no qual o risco de crédito pode vir a se concretizar).

Repetindo o mesmo exemplo anterior, imagine que você investiu R$ 1.000,00 em um CDB com rentabilidade de 10% ao ano. Se após 1 ano você realizar a marcação deste ativo na curva, ele valerá R$ 1.100,00. Ou seja, rendeu exatamente 10%, que é a taxa de rentabilidade estabelecida no momento da compra. Veja que, para a marcação na curva, pouco importa o preço atual pelo qual o título está sendo negociado no mercado, sendo que é possível, até mesmo, haver uma diferença substancial no valor do ativo a depender de qual dos dois métodos foi utilizado.

Quando devo utilizar cada um dos métodos?

Agora que sabemos a diferença entre a marcação a mercado e a marcação na curva, é possível explicar qual deles é mais adequado para cada situação.

A marcação a mercado é adequada quando o investidor pretende resgatar o seu investimento antes da data de vencimento. Neste caso, os demais agentes do mercado só estarão dispostos a adquirir o título pelas taxas de rentabilidade vigentes no momento da compra, sem se preocupar com a taxa que foi contratada pelo investidor no momento da aquisição do título.

Fundos de investimento precisam sempre realizar a marcação a mercado de seus ativos, visto que, caso algum cotista decida resgatar suas cotas, o fundo precisará liquidar alguns ativos ao valor de mercado vigente para gerar caixa e pagar o valor do resgate ao cotista.

Já a marcação na curva é mais adequada para o investidor que deseja saber o valor atual de um ativo que pretende manter em sua carteira até o vencimento, corrigido pela rentabilidade contratada.
Para ativos que não possuem liquidez, situação na qual fica mais difícil apurar o valor de mercado, a marcação na curva pode ser uma alternativa para realizar a mensuração do valor.

Como acompanhar o desempenho da minha carteira de investimentos?

As marcações a mercado e na curva, que permitem ao investidor obter o valor atual dos ativos e calcular a rentabilidade dos investimentos, são apenas algumas das métricas que ele pode utilizar para avaliar o desempenho de sua carteira de investimentos.

Porém, há diversos outros pontos de atenção que o investidor precisa observar para obter uma visão mais precisa da performance dos seus investimentos, como o risco e a volatilidade, a liquidez, a correlação com métricas de referência, como o CDI ou o Ibovespa, e assim por diante.

Diversas corretoras e bancos oferecem em seus próprios sites, gráficos e painéis que mostram estes indicadores para o investidor. Há também empresas independentes que oferecem sistemas de consolidação que congregam dados de diversas corretoras e bancos em um único ambiente.

Por outro lado, para investidores iniciantes, ou que não tem interesse em pesquisar os ativos, realizar cálculos e interpretar os dados por conta própria, contar com a ajuda de um gestor de recursos pode ser uma boa maneira de investir o seu patrimônio.

Por meio de uma carteira administrada (ou de um fundo exclusivo, para investidores com patrimônio elevado), o investidor conta com a experiência e qualificação de um profissional dedicado a buscar e avaliar as melhores alternativas de investimento no mercado, sempre em linha com o perfil do investidor, seus objetivos e necessidades.

Por outro lado, também é possível contratar um planejador financeiro para apoiá-lo em diversas questões relacionadas a sua vida financeira no geral, como orçamento doméstico, dívidas e também investimentos. Atuando em conjunto com o gestor de recursos, o planejador pode fornecer ainda mais informações para uma alocação eficaz por parte do gestor, bem como apoiar o investidor no acompanhamento do desempenho da carteira.

Independentemente do caminho escolhido, o importante é que o investidor acompanhe periodicamente o desempenho da sua carteira, de forma a verificar se ela está atendendo aos seus objetivos. E a marcação a mercado e na curva são duas metodologias importantes para apoiar nessa tarefa.

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