Educação Financeira

Dólar x Bolsa: entenda uma das gangorras mais famosas do mercado financeiro

Por Mont Capital 10/11/2020

Se você acompanha notícias do mercado financeiro, já deve ter percebido uma relação entre o Dólar e a bolsa de valores. Muitas vezes, quando um se valoriza, o outro se desvaloriza. Já parou para pensar nos motivos dessa movimentação?

É verdade que muitas variáveis podem influenciar a bolsa de valores. Indiretamente ou não, isso também pode afetar outros veículos de investimentos, como fundos exclusivos, que tenham ativos da bolsa em sua carteira. Do mesmo modo, o Dólar pode ser afetado por questões que talvez nem imaginemos. Mas existe sim uma relação entre os dois — aliás, existe uma correlação entre eles.

Quer entender essa interação entre o Dólar e a bolsa? Então continue a leitura!

O que é correlação entre investimentos?

Antes de falarmos sobre o Dólar e a bolsa, é importante você entender os conceitos de correlação e descorrelação.

O dicionário Aulete diz que correlação se refere a “certas relações que parecem vigorar de modo similar ou simétrico entre duas ou mais coisas”. Por exemplo, no verão costuma chover mais. Isso significa que há uma correlação positiva entre a estação e as chuvas.

Por outro lado, no inverno, geralmente chove bem menos. Nesse caso, existe uma correlação negativa entre o inverno e as chuvas.

Agora, que tal associar os conceitos ao mercado financeiro?

Correlação entre investimentos

Ao investir, precisamos considerar a relação entre os investimentos. Alguns deles têm uma correlação positiva. Ou seja, quando o primeiro apresenta uma subida, o outro também acompanha o movimento.

No entanto, dois investimentos podem ter uma correlação negativa. Nesse caso, quando um está apresentando valorização, o outro se desvaloriza. Além disso, pode haver investimentos cujos comportamentos não estão relacionados.

Precisamos ter em mente que não existe correlação perfeita. Isto é, mesmo que dois investimentos estejam correlacionados, isso não garante que um afetará o outro ou que o comportamento é direto.

Afinal, mesmo que haja uma correlação forte entre os dois, existem muitas variáveis que podem afetá-los de maneiras diferentes. De qualquer modo, é útil entender a ligação que existe entre dois investimentos. A análise dela pode ajudar na diversificação da carteira, como você verá daqui a pouco. Um gestor profissional é capaz de identificar ativos com baixa correlação, e montar uma carteira administrada sob medida para os seus objetivos.

E é útil também na hora de entender a relação entre o Dólar e a bolsa de valores.

Por que geralmente o Dólar e a bolsa têm um comportamento inverso?

Para você entender a relação entre Dólar e a bolsa, é preciso compreender a circulação de Dólares no Brasil. Em primeiro lugar, não são só os brasileiros que investem na B3 — a bolsa de valores brasileira.

Estrangeiros também investem aqui. Mas, para isso, eles precisam comprar Reais. E fazem isso usando Dólares. Então, com reais em mãos, os investidores podem adquirir Ações ou fazer outros investimentos e especulações no mercado brasileiro.

Os aportes podem ser feitos por pessoas físicas, embora normalmente, a participação de pessoas físicas estrangeiras na bolsa brasileira costume ser realizadas apenas por investidores com patrimônio muito elevado, como clientes de private bank ou family offices. Contudo, em sua grande parte, os investidores são grandes instituições internacionais. Elas costumam aportar bilhões de Dólares em nosso país, o que impulsiona a economia e colabora para a valorização da bolsa.

Mas note algo interessante: se os estrangeiros trazem Dólares para o Brasil, a oferta da moeda aumenta no país, certo? Com a lei da oferta e da demanda, qual é o resultado? A cotação do Dólar cai e o Real se valoriza frente à moeda americana.
Está percebendo a dinâmica? A bolsa se valoriza, e o Dólar se desvaloriza. Mas e se os estrangeiros diminuírem seus investimentos aqui? Aí começamos a acompanhar notícias sobre a retirada de capital estrangeiro da bolsa.

O impacto do movimento em nossa economia é forte. Ao mesmo tempo em que a bolsa sofre um impacto negativo, o Dólar se valoriza em comparação com o Real. Assim, podemos entender a correlação entre o movimento do Dólar e a oscilação da bolsa.

Qual é o papel da descorrelação em uma carteira de investimentos?

Assim como existe uma correlação entre Dólar e a bolsa, também pode existir uma correlação entre dois de outros investimentos. Imagine um investidor que, em busca de diversificar a carteira, decide comprar Ações de bancos variados.

O portfólio do investidor pode ser composto por diversos ativos. Mas será que ele está realmente diversificado? Na verdade, não. Pense bem: se há diversos bancos na carteira, a exposição ao setor está grande.

Se houver algo que impulsione as taxas bancárias e aumentem o faturamento, as Ações se valorizam e o investidor tem retorno positivo. Por outro lado, se acontecer algo negativo na área, a carteira sofrerá grande impacto.

O motivo é que o portfólio só parece estar diversificado, mas não está. Afinal, os ativos que a compõem têm uma forte correlação: são todos de um mesmo setor. Sendo assim, estão vulneráveis às mesmas influências.

Percebeu a importância da descorrelação dos investimentos na hora de compor o seu portfólio?

Como ter uma diversificação mais eficaz?

Entendendo o perigo da falsa diversificação, você pode aprender a diversificar corretamente. Para isso, será necessário buscar investimentos com baixa correlação. Ou seja, que tenham comportamentos opostos.

Esse é um dos motivos pelos quais, geralmente, até mesmo os investidores mais dispostos a correr riscos mantêm parte de seus recursos na renda fixa. Ela oferece segurança e liquidez para o dinheiro investido. Além disso, tem baixa correlação com a bolsa.

Quanto à renda variável, ela oferece inúmeras possibilidades de diversificação. Nesse sentido, também é importante procurar ativos com pouca ou nenhuma correlação para investir. Um exemplo é buscar Ações de empresas de segmentos diferentes.

Alternativas lastreadas em ativos estrangeiros também podem ser uma boa ideia. Inclusive, para aproveitar as vantagens da baixa correlação entre o Dólar e a bolsa. Por exemplo, os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) são recibos de Ações de empresas estrangeiras. Assim, você está atrelando seu dinheiro ao Dólar e a uma economia diferente da nossa.

O Dólar e a bolsa são um exemplo de como dois elementos do mercado financeiro podem se correlacionar. O mesmo comportamento pode existir entre dois investimentos. Então é válido saber como avaliar esse fator. Assim, você conseguirá montar uma carteira realmente diversificada.

Por fim, contar com a experiência de um gestor profissional para identificar ativos com baixa correlação e montar uma carteira diversificada pode ser uma excelente ideia para investidores que buscam praticidade em seus investimentos.

Cada vez mais brasileiros têm começado a investir na bolsa de valores. Você é um deles? Então já deve ter percebido como é importante se informar bastante para fazer boas escolhas – ou mesmo contar com gestão profissional dos seus investimentos.

Gostaria de contar com uma equipe de especialistas gerindo os seus investimentos? Então conheça as nossas carteiras administradas e fundos exclusivos.

Gostou deste conteúdo? Deseja receber mais textos como esse, além de informações e notícias sobre o mercado financeiro? Então participe do nosso canal no Telegram!

Nossa equipe tem vasta experiência e conhecimento em análise e seleção de ativos, sendo a tomada de decisão embasada na análise fundamentalista ancorada por modelos proprietários. Todos os processos são minuciosamente monitorados por uma rigorosa política de gerenciamento de risco controlada por sócios, analistas e economistas, buscando sempre o melhor resultado para você!

Ultimas postagens

newsletter

Aproveite para se cadastrar na mont capital news para receber em seu e-mail todas as novidades✌️