Entenda o impacto nos seus investimentos com a Reforma da Previdência

Meses depois da apresentação da primeira proposta e após inúmeras alterações no projeto, os representantes do governo continuam correndo para conseguir o quórum necessário para a aprovação da Reforma da Previdência.

Essa alteração na legislação impactará fortemente as relações do mercado de trabalho e também o mercado financeiro, incluindo os investimentos de renda fixa e renda variável.

Continue a leitura deste artigo e saiba quais são as principais mudanças previstas pela Reforma da Previdência e como elas podem afetar os seus investimentos. Acompanhe!

Quais são as principais mudanças da Reforma da Previdência?

Duas alterações têm concentrado as atenções e provocado bastante polêmica. Veja logo a seguir:

Idade mínima para se aposentar

Com a mudança prevista, um dos principais pontos é a idade mínima para se aposentar, que passará a ser de 65 anos para homens e de 62 para mulheres (hoje, idade mínima é 65 e 60, respectivamente). Ou seja, o prazo para as mulheres aumentou dois anos.

O argumento do governo para essa alteração se baseia no fato de que são gastos, aproximadamente, 2,2% do PIB nacional com a aposentadoria de pessoas com menos de 60 anos, sendo que a maior parte desses custos recai sobre aposentados na faixa etária dos 54.

Quando se aposentam e saem do mercado de trabalho, as pessoas deixam de colaborar com a geração de riqueza da nação. Além disso, os que se aposentam e continuam em atividade demonstram produtividade menor do que os não aposentados. Essa alteração busca otimizar a produtividade dos serviços prestados e também a economia de recursos dos cofres públicos.

Tempo de contribuição

O tempo mínimo de contribuição também será alterado, passando de 15 para 25 anos. Esse período garante 70% do benefício ao contribuinte. Já o tempo de contribuição necessário para ter direito a 100% do benefício diminuirá com a Reforma da Previdência, caindo de 49 para 40 anos.

Quais serão os impactos sobre os investimentos?

O Brasil possui uma taxa de reposição de aposentadoria mais alta do que muitos países, o que faz com que as pessoas se preocupem menos com a poupança ou economia de recursos, algo que tem se tornado mais grave nos últimos anos devido ao cenário de crise que vivemos atualmente.

A redução dessa taxa de reposição e o adiamento da aposentadoria tendem a fazer com que as pessoas desenvolvam uma cultura de educação financeira, o que os levará a poupar e a investir mais.

Já o aumento da taxa de poupança representa mais recursos para emprestar a empresas e consumidores, o que diminui o custo de crédito (taxa de juros). Isso ajuda a estabilizar a volatilidade do câmbio e da Bolsa de Valores, dando mais segurança aos investidores.

Além disso, a redução dos juros pode elevar o rendimento dos investimentos privados, tanto de renda fixa quanto de renda variável, estimulando a diversificação das aplicações e o desenvolvimento do mercado financeiro como um todo.

Como se pode ver, quando se trata de economia, tudo está interligado. A Reforma da Previdência tende a diminuir os custos estatais, o que pode representar uma diminuição na taxa de juros e, consequentemente, aumento da rentabilidade de investimentos privados — que estarão mais disponíveis tanto para a população quanto para o próprio Estado (já que o Governo poderá aplicar o valor economizado a partir da Reforma).

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